A duas semanas da posse de Joe Biden, para anular a derrota sofrida na Geórgia, o presidente Donald Trump pressionou uma autoridade local a encontrar mais de 11 mil votos.
Jornal publicou gravação.
Trump tenta mudar o resultado da eleição presidencial no estado da Geórgia O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está desde domingo (3) no centro de um escândalo.
O jornal “The Washington Post” publicou a gravação de um telefonema em que Trump pressionou a maior autoridade eleitoral da Geórgia a “encontrar votos” de forma a anular a derrota dele nas urnas do estado.
O telefonema do presidente foi para Brad Raffensperger, secretário de Estado da Geórgia, um dos estados decisivos onde Donald Trump perdeu a eleição.
A conversa, no sábado (2), durou cerca de uma hora.
Trump disse, várias vezes, que venceu: “Nós ganhamos essa eleição na Geórgia.
A população da Geórgia está irritada, a população do país está irritada.
E não há nada de errado em dizer isso, que você recalculou os votos”.
O secretário de Estado respondeu: “Bem, senhor presidente, seu desafio é o fato de que os dados que você tem estão errados”.
O presidente insistiu: “Você deveria querer uma eleição precisa.
Você é um republicano”.
O secretário defendeu: “Nós acreditamos que realmente tivemos uma eleição precisa”.
Trump não desistiu: “Só quero encontrar 11.
780 votos - um a mais do que nós temos”.
O candidato democrata, Joe Biden, ganhou a eleição na Geórgia com uma vantagem de 11.
779 votos.
O resultado foi certificado, no dia 7 de dezembro, depois de duas recontagens.
Todas confirmaram a vitória de Biden.
Nesta segunda-feira (4), Raffensperger disse que, na conversa com Trump, mais ouviu do que falou e garantiu que não houve fraude: “Nós estamos seguindo a lei, a verdade importa, e temos lutado contra esses rumores nos últimos dois meses”, disse.
Donald Trump resiste em reconhecer a derrota.
Na quarta-feira (6), o Congresso se reúne para certificar a vitória de Joe Biden, e setores importantes da sociedade estão se mobilizando contra manobras que possam interferir no processo democrático.
Quase 200 líderes empresariais americanos divulgaram uma carta aberta pedindo que o Congresso certifique o resultado da eleição.
Eles afirmam que as tentativas de impedir ou atrasar esse processo vão contra os princípios essenciais da democracia americana.
A carta afirma: “A eleição presidencial foi decidida e é hora de o país seguir em frente.
A próxima administração Biden enfrenta a tarefa urgente de derrotar a Covid-19 e restaurar a subsistência de milhões de americanos que perderam empregos e negócios durante a pandemia”.
Uma outra carta aberta foi assinada por todos os ex-secretários de Defesa dos Estados Unidos, incluindo Mark Esper e James Mattis, que foram do governo Trump.
Eles afirmam que juraram apoiar e defender a Constituição contra todos os inimigos estrangeiros e domésticos, que o juramento não foi feito a um indivíduo ou partido, e que mesmo em tempos de conflito, guerra, epidemia e depressão econômica, a transferência de poder foi pacífica, e que em 2021 não vai ser diferente.
A carta ressalta que a eleição aconteceu, houve recontagens e auditorias, a Justiça resolveu os questionamentos levantados, os governadores certificaram os resultados e o colégio eleitoral votou: “A hora para questionar o resultado passou".
Os ex-secretários de Defesa reforçaram que o envolvimento de militares em disputas eleitorais pode representar a entrada num território perigoso e ilegal.
Publicada por: RBSYS
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