O número de pais solteiros e de casais sem filhos superou o número de famílias tradicionais (formada por pai, mãe e um ou mais filhos) na Espanha, segundo dados do último censo.
As famílias tradicionais deixaram de ser predominantes no país europeu, nos últimos anos. Em 2022, os casados já não eram mais a maioria. Em julho deste ano, as estatísticas mostraram que a guarda compartilhada se tornou o “novo normal”.
O modelo familiar que mais cresce entre os espanhois é composto por um pai ou uma mãe solteira com um ou mais filhos, representando uma em cada quatro famílias na Espanha. Na década de 1990, esse tipo de família constituía apenas 11% das residências.
De acordo com o censo, 49% das famílias espanholas são formadas por um pai, uma mãe e um ou mais filhos, 33% por casais sem filhos e 18% são compostas por pai ou mãe solteira com filhos.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) da Espanha define família como um casal casado ou casal que vive junto com ou sem filhos, e um pai ou uma mãe solteira que vive junto com um ou mais filhos.
"Por exemplo, dois irmãos que vivem juntos não são uma 'unidade familiar'", explicou Cristina Casaseca, diretora-geral adjunta de estatísticas demográficas do INE.
Cultura familiar permanece
Em 15 províncias do país, as famílias tradicionais ainda são predominantes. Apesar da mudança no tipo de família, a cultura familiar ainda permanece viva na sociedade espanhola.
"A estrutura familiar permanece a mesma. Almoço de domingo, férias em família, comemoração de aniversários, são imagens da vida cotidiana que reforçam os laços familiares", afirmou Luis Ayuso, professor de Sociologia da Universidade de Málaga e especialista em famílias, casais e sociedade digital, ao El Confidencial.
"Esta cultura familiar espanhola é geralmente aceita, independentemente de ideologia ou religião", acrescentou.
As famílias também estão diminuindo de tamanho nas últimas décadas, segundo o Evangelical Focus. Hoje, a média é de menos de 3 pessoas por família.
Porém, graças a imigrantes no país, as famílias com cinco ou mais pessoas cresceram. "Onde há mais estrangeiros, o tamanho da família é maior, enquanto onde a população é mais velha, você tem mais famílias unipessoais", explica Casaseca, o diretor-adjunto do INE.
As transformações nos modelos de família tem afetado a Igreja e os cristãos no país. Em meio aos novos desafios, o Grupo de Trabalho sobre Família da Aliança Evangélica Espanhola (AEE) lançou o documento "O ambiente de Volatilidade, Incerteza, Complexidade, Ambiguidade e seu impacto na família", para discutir a nova situação e capacitar a Igreja para ajudar as famílias.
Publicada por: RBSYS
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