Oficina de arte urbana criada em Portugal é inspiradora e já teve edição brasileira Eles estão de volta para servir de inspiração para todos nós! Depois de uma longa quarentena, o Lata 65 voltou em setembro a reunir idosos para grafitar.
Pena que essa oficina de arte urbana ocorra em Portugal, apesar de já ter tido uma experiência em São Paulo, em 2015, e também na Espanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos.
O projeto nasceu em 2012 pelas mãos de Lara Seixo Rodrigues que, depois de trabalhar dez anos em arquitetura, decidiu mudar de ramo.
Foi cofundadora do Wool Covilhã Artte Urbana, um festival que aproveitou os edifícios históricos da pequena cidade de Covilhã para servirem de espaços para intervenções artísticas, e ali percebeu que os mais velhos eram os que demonstravam maior curiosidade em relação aos grafites.
Aula teórica dos alunos do Lata 65: noções sobre arte urbana e grafite Divulgação: Mariana Vasconcelos “Essa retomada foi muito esperada, porque sabemos das deficiências e lacunas que existem no cuidado com o idoso.
Nosso objetivo é alcançar o maior número possível de pessoas”, me contou por e-mail.
Sobre a experiência no Brasil, no Sesc Santana, Lara diz guardar ótimas lembranças: “estaremos sempre disponíveis para voltar e mostrar a magia que é o Lata 65.
Queremos disseminar o projeto pelo mundo, ele já demonstrou, de forma singular, como é capaz de estimular o desenvolvimento físico e cognitivo”.
Aluna desenha para depois criar estêncil que será grafitado Divulgação: Mariana Vasconcelos As oficinas para os 65 mais se estruturam em duas etapas.
A primeira parte é teórica e trata da história da arte urbana e de técnicas do grafite.
A segunda é prática: os idosos desenham, elaboram o estêncil – técnica para criar pranchas com as imagens vazadas por onde passará a tinta – e, por fim, se aventuram com as latas de sprays numa parede reservada para a atividade.
Esses “grafiteiros” de primeira viagem são incentivados pelos monitores a desenhar e pintar o que quiserem: rostos, mãos, flores, o objetivo é mostrar que podem dar asas à imaginação.
A própria logomarca do projeto foi criada por uma participante.
A maioria é composta por mulheres e está na faixa dos 70 anos, mas o mais velho tinha 102 anos.
Sair da zona de conforto, romper barreiras, ousar, tudo isso misturado com uma bela experiência de convivência entre gerações – meu desejo é que outras edições do Lata 65 aconteçam no Brasil e ajudem a ressignificar a velhice.
Grafiteiros 65 mais e sua obra coletiva: uma inspiração Divulgação: Mariana Vasconcelos
Publicada por: RBSYS
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