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Falta de medicamento fundamental para o transplante de medula óssea preocupa pacientes

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Falta de medicamento fundamental para o transplante de medula óssea preocupa pacientes

O único laboratório que comercializa esse produto no Brasil anunciou que vai parar a distribuição.

A Anvisa disse que, por causa da importância do medicamento, estuda ações e medidas que possam favorecer o acesso a produtos similares.

Falta de medicamento fundamental para o transplante de medula óssea preocupa pacientes A falta de um medicamento fundamental para o transplante de medula óssea está preocupando médicos e pacientes brasileiros.

Em maio do ano passado, Duda descobriu que tinha leucemia.

Começava uma corrida contra o tempo para encontrar um doador de medula óssea.

“Quando você recebe uma notícia como essa, você pensa no pior.

Não tem como pensar assim.

Eu me desesperei, desestruturei”, relembra a escritora Maria Eduarda Ridel.

A angústia terminou em outubro.

Os médicos encontraram uma doadora estrangeira com a medula 100% compatível.

“Essa doadora não me salvou apenas.

Ela salvou a minha família inteira.

Ela salvou a minha mãe de não precisar enterrar uma filha, meu pai de ver crescer”, afirma.

Na maioria dos casos, antes de fazer o transplante de medula óssea, o paciente precisa tomar um remédio chamado Bussulfano.

Ele é essencial para o transplante dar certo.

Isso porque o remédio destrói as células doentes, preparando o organismo para receber as células saudáveis da medula do doador.

O laboratório francês, Pierre Fabre, o único que comercializa esse produto no Brasil, anunciou, em novembro, que vai parar a distribuição porque a fábrica, a única aprovada pela Anvisa, encerrou as atividades.

Por isso, o laboratório afirmou que busca uma outra opção de fornecimento para o mercado brasileiro.

A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia alertou para o prejuízo no tratamento caso a distribuição seja interrompida.

“Imagina você passar dois, quatro anos na fila, buscando um doador, e no momento que você encontra esse doador, não tem o medicamento disponível pra você fazer esse tratamento”, destaca Tiago Cepas, coordenador de advocacia.

A Anvisa disse que, por causa da importância do medicamento, estuda ações e medidas que possam favorecer o acesso a produtos similares.

O Ministério da Saúde diz que não foi notificado da decisão e declarou que o Instituto Nacional do Câncer, o Inca, tem estoques do medicamento para apenas mais três meses.

Em 2019, foram realizados no brasil 3.

805 transplantes de medula em adultos, 534 em crianças.

Hoje, cerca de 5 mil pessoas esperam por esse tipo de transplante.

A interrupção na distribuição de remédios para tratamento de câncer é um problema antigo, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica.

Segundo ele, é preciso desburocratizar a importação de alternativas ao Bussulfano.

“O problema é que o desabastecimento de medicamentos contra câncer é um problema contínuo, que tem quase uma década.

São drogas baratas que acabam desaparecendo no mercado nacional e a gente não consegue importar ou tem muita dificuldade para importar”, explica Claudio Galvão de Castro Junior.

“Se eu estou aqui hoje foi porque eu tomei essa medicação.

Eu precisei dessa medicação e é desesperador você tem o doador, que é algo tão difícil de conseguir um doador compatível, aí você não tem a medicação? É como eu digo, eles estão tirando o direito à vida dos pacientes”, lamenta Maria Eduarda.


Publicada por: RBSYS

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